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Pt / Tropes São Ferramentas

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Tropes são apenas ferramentas.

Os autores entendem as tropes e os utilizam para controlar as expectativas do público, seja usando-as em sua forma correta ou subvertendo-as, e para comunicar coisas para a audiência rapidamente, mas sem ter que dizê-las.

Seres humanos são naturalmente procuradores de padrões e contadores de histórias. Nós usamos histórias para expressar verdades, examinar ideias, especular o futuro e discutir consequências. Para isso, nós precisamos ter uma base nessa discussão, uma nova linguagem que nos mostre para o que estamos a olhar hoje. Então, nossos contadores de histórias usam tropos para nos deixar saber que elementos da realidade devemos colocar de lado e quais partes da ficção devemos aceitar.

Portanto, quando editar esta wiki, lembre-se desses dois mantras:

Tropes Não São Más

Há uma coisa que você precisa manter em mente para conservar sua sanidade aqui, e isso é que adicionar uma trope a uma obra em particular não faz dela arruinada. Nem mesmo essas tropes.

Se seu programa favorito tem uma longa lista de tropes associada a ele, bem, assim é com todos os outros. Um programa que apresenta uma Garota Da Ação ou um personagem chutando um cãozinho não é necessariamente uma coisa ruim; esta é uma ação que ocorre muito na Vida Real, aquela é um tipo regular de personagem (um personagem incrível que é mulher).

Dito isto, algumas entradas realmente iluminam erros comuns, e geralmente são más. Por exemplo, um programa que se passe nos tempos modernos e que mostre policiais normais com armas a laser é provavelmente uma babaquice necessária para amenizar a censura (a não ser que tecnologia de super-heróis criada por gênios sobre-humanos seja uma parte do universo), e um escritor que inclua Balas De Morte Instantânea provavelmente só esculhambou com tudo.

Considere os seguintes elementos antes de rotular a simples inclusão de um elemento de enredo comum ou um padrão de personagem como um sinal de falha.

Não há nada de novo sob o sol. Incluindo essa afirmação. E o livro de onde ela vem. Ignorando completamente a possibilidade da obra favorita de alguém poder não ser a própria essência do universo criada por Thor e adicionada à tabela periódica sob a sigla Or de “Originalium”.

Toda história é influenciada pelas que a antecederam – e contadores de histórias (autores, diretores, atores...) certamente mostrarão essa influência, de forma intencional ou não, em seus trabalhos. Só porque algo já foi usado antes não significa que é cliché, e histórias geralmente ganham alguma coisa por possuírem elos com outros trabalhos. Mesmo assim, com certeza existe isso de muito derivado, mas há uma diferença entre usar um tropo direito e absoluta Tempestade Cliché (e até essas não são necessariamente más).

Aliás, é impossível escrever alguma coisa total e completamente sem tropos, então pare de tentar.

Quase todo tropo tem um lado bom. O muito amaldiçoado Era Tudo Um Sonho foi, não se pode esquecer, usado em um dos mais aclamados episódios finais na história da televisão, além de como uma das melhores reviravoltas finais de qualquer filme. Enquanto reinterpretações obscuras não são sempre uma coisa boa, uma foi usada no filme mais assistido de 2008. Até mesmo se um tropo não tem um lado bom, ele ainda pode ser usado honoravelmente por subversão, paródia, ou apropriadamente empregado em exemplos dentro do próprio universo da obra. Lembre-se que, mesmo que esse sítio seja ligeiramente maldoso, a maior parte do seu veneno é direcionada aos trabalhos que não usam os tropos bem.

Ficção não tem que ser necessariamente realista. Enquanto o seu leitor quer escapar da tediosa monotonia da realidade, você não deveria tentar recriá-la. Muitas obras de ficção procuram mostrar não o que uma coisa é, mas o que poderia ser, ou deveria ser. Um tropo irrealista não precisa ser um defeito, e geralmente é acobertado pela Regra do Maneiro, pela Regra Do Engraçado, ou pela Regra Do Assustador. De fato, um tropo, mesmo que irreal, pode tornar aspectos da história convenientemente mais breves quando empregados de forma usual; já ao serem subvertidos pode-se necessitar de mais palavras que se deveria para entrar na história.

Tropos Não São Bons

Todos os tropos podem ser escritos de forma ruim. Isso inclui tropos que todos pensam que são bons, como Magnificent Bastard. Um Magnificent Bastard mal escrito pode ser feito de tal forma que todos os outros na história sejam idiotas e, em geral, ele passa então a dar menos a impressão de inteligente e mais a de trapaceiro ou de burlar as leis internas do enredo.

Todos os tropos podem ser exagerados. Muitos Xanatos Gambits tendem a tornar um programa confuso, não importa o quão bem escritos eles sejam. E enquanto a Roleta De Xanatos e Trinta Xanatos Acumulados não são necessariamente maus, eles também podem ocorrer por conta do uso desnecessário do Gambit. Muitos Crowning Moments Of Awesome tomam espaço aonde poderia haver enredo, ou fazem o telespectador prestar menos atenção nas relativamente chatas partes com trama, tornando a história mais superficial. O Crowning Moment Of Awesome é supostamente um momento singular para um personagem e a Regra do Maneiro pode compensar os pontos fracos da obra, mas isso raramente funciona como a história em si.

Só porque um tropo é realístico não quer dizer que ele é bom. Há um razão para qual nós temos uma categoria inteira para Quebras Aceitáveis Da Realidade. Essa categoria se aplica apenas a videogames, mas existem alguns bons exemplos for a dos jogos também. Por exemplo, O Herói leva um tiro no ombro e morre. O Determinador não aparece na história, nada de Meu Nome É Inigo Montoya, nadinha. Realístico, talvez, mas não é isso que se espera que os heróis façam. Isso aí, um dos arquétipos mais fundamentais para os personagens é em geral irreal. O importante quando se escreve uma história é que ela seja acreditável, não que ela seja real. Realidade Não É Realística, no final das contas; muitas vezes as pessoas estão tão acostumadas aos tropos que é a realidade que eles consideram destoante.

Uma boa obra não precisa ter "bons" tropos. Pessoas geralmente procuram por receitas ideais para criar programas de sucesso, como se o entretenimento fosse algum tipo de processo alquimista, e se surpreendem quando suas bem planejadas e coladas criações dão três passos cambaleantes antes de desaparecerem alheias a crítica. Um programa bem escrito não desaparecerá se não tiver um Magnificent Bastard, ele não ficará pior se os cinco personagens principais não formarem um Bando De Cinco Homens. Caramba, um bom programa não precisa nem de tropos básicos, como O Herói ou Grande Mal.


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