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"As velhas ruas e estradas empoeiradas foram atravessadas com muita frequência. Seu charme foi desgastado por pés lentos, e eles perderam aquele elemento de novidade ou surpresa que é tão essencial para o romance."
Gilbert, Oscar Wilde, O Crítico como Artista

Um cliché é uma frase, tema, tropo, ou outro elemento dentro de um trabalho artístico que se tornou comum o suficiente para ser visto como uma parte já esperada de um trabalho.

Isso é muito subjetivo e depende da cultura e do nível de conhecimento do consumidor: por exemplo, um americano comprando sua primeira edição de um manga japonês pode achar novo e único, mas em seu país de origem, o Japão, o mesmo mangá pode ser considerado típico e comum. Uma pessoa jogando seu primeiro RPG pode não perceber que um Andarilho Misterioso está longe de ser algo original. Mesmo assim, porém, apenas por Osmose Popcultural ou uma espécie de "sexto sentido", pessoas não familiarizadas com o clichê podem ser capazes de percebê-lo como tal.

Apesar do estigma negativo, muitos clichês são totalmente aceitos pelo público, pela mesma razão que algo formulaico funciona: justamente porque é familiar. O grande número de Procedimentos Policiais, Dramas Medicos e Novelas Romanticas com sinopses que são praticamente intercambiáveis ​​existem porque as pessoas gostam deles de qualquer forma, pois ignoram os clichês e, em vez disso, focam nas grandes histórias e nos personagens. Grande parte da Interferência Executiva que acontece visa tornar um trabalho mais clichê simplesmente como uma forma de atrair um público mais amplo. Como Terry Pratchett uma vez disse,

Clichês são o martelo e a chave de fenda na caixa de ferramentas da comunicação.

Há também circunstâncias em que clichês são esperados. Citando Crash Davis de Sorte no Amor:

Você vai ter que aprender seus clichês, você vai ter que estudá-los, você vai ter que conhecê-los. Eles são seus amigos. Anota isso pra não esquecer…

Também é usado às vezes para se referir a um meme verbal. Este uso é quase exclusivamente reservado para velhos ditados populares. Expressões como "Deus ajuda quem cedo madruga" e "tá chovendo canivetes" são exemplos. Claro, assim como memes da internet, clichês sofrem mudanças ao longo do tempo e das situações. Uma pessoa poderia dizer "Deus ajuda quem cedo madruga, mas e se eu sou ateu?", "Deus ajuda quem não me enche o saco", ou "Está chovendo Piriguetes!"

O nome cliché remonta a antigas prensas usadas na impressão de livros e jornais. Quando cada letra tinha que ser definida individualmente, uma frase comum muitas vezes era lançada como um único bloco chamado cliché (por conta do som que fazia; os blocos também eram chamados de estereotipos, que também é uma palavra que acabou ganhando um novo significado ao longo do tempo). Essa facilidade de uso acabou fazendo com que os autores os utilizassem em excesso para economizar custos. O termo passou a significar a própria frase prontamente disponível, antes de ser ampliada para incluir qualquer elemento usado em excesso.

Note que "cliché" é um substantivo, tanto em Inglês quanto em Português; porém, na língua portuguesa, é comum ouvir falar que algo “é cliché” ao invés de “um cliché”, adjetivando o termo, o que seria gramaticalmente equivocado. Isso, contudo, não vem ao caso.

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