A bigornada descreve o uso por um escritor/diretor de um elemento artístico — seja ele diálogo, visual ou trama — de maneira tão pouco sutil que daria para entalhá-lo em uma bigorna e depois a soltar sobre sua cabeça.
Para o novo milênio, seria algo como "pesou a mão". O extremo polar da sutileza.
Frequentemente o elemento passa a caracterizar "uma bigornada" através de repetição desnecessária, mas verdadeiros mestres conseguem executar bigornadas com uma jogada só. O jeito mais simples é através de simples causa e efeito; alguém faz algo que os escritores consideram "mal" e então algo ruim acontece como resultado direito. Se os escritores preferem não mostrar as consequências diretas do que quer que eles estejam apoiando ou combatendo, uma alternativa é ter um personagem apresentado como completamente "centrado" — afinal, se este personagem concorda com algo, provavelmente esse algo é a coisa certa.
Comum em mídias para crianças, já que elas percebem menos as nuances sutis, apesar de não tão pouco quanto escritores e diretores supõem.
Pontos bônus se a suposta mensagem ou moral tem apenas conexões tênues com a trama, história, ou eventos do episódio; ou se as consequências trazidas para contar a moral são muito arbitrárias ou nem sequer fazem sentido.
Se o trabalho passa do ponto de bigornada e vira aula, então se tornou uma Obstrucao De Autor. Tenha em mente que algumas obras são feitas para abertamente defender um ponto, e são essencialmente material didático em forma literária: contos de fadas, histórias religiosas, e outros do gênero podem ter a mão pesada, mas isso não faz com que tenham bigornadas. O leitor precisa experimentar essa sensação de que o autor está defendendo opiniões com o disfarce de contar uma história supostamente interessante — e fazendo isso de maneira tão atrapalhada que fica desconfortável ou irritante. De maneira similar, um trabalho não tem bigornadas apenas porque você discorda das mensagens inerentes a ele.
E isso nos leva à grande questão: devem os autores tornarem suas morais da história sutis? Ou as morais bigornadas possuem um lado bom, i.e. o fato de que as pessoas imediatamente percebem o que o autor está tentando fazer? Certa vez houve um tropo chamado "Algumas Bigornas Precisam Ser Derrubadas", sugerindo que, pelo menos, existem usos legítimos. No entanto, essa distinção criou a implicação problemática de que se uma bigorna não "precisava" ser derrubada, então a moral era automaticamente ruim, e vice-versa. Isso não é verdade porque, no fim das contas, Tropos São Ferramentas, e apesar de ser mais provável que você considere a moral boa se você concorda com ela, ainda é possível que a falta de sutileza prejudique a apresentação da moral ainda que você a considere digna.
Lembre, esta página não é sobre as morais que você considera ruins ou apenas usadas de maneira ruim, independentemente se isso acontece ou não por elas serem apresentadas de maneira excessiva.
Não confundir com a literal Bigorna Na Cabeca.
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